Bem-vindos ao curso de Interpretação dos sonhos da Leitura Onírica!

 

 

O que é o sonho

(resumo histórico)

 

Certamente que os sonhos são mais complexos que os

conceitos que temos deles. É uma atividade que se processa de

forma espontânea em todos os seres humanos, capaz de ser

registrada cientificamente.

As primeiras notícias históricas sobre sonhos, citadas no

livro No Mundo dos Sonhos, da Time-Life Books, editado por

Janet Cave, afirmam existir referência no ano 2070 a. C., de um

certo Rei Mericate, do Egito, que dizia ser o sonho uma intuição

de um futuro possível. Posteriormente a ele, citados pela Bíblia,

há os sonhos de José, bem como aqueles por ele interpretados,

cujo conceito se prende a uma certa premonição a partir das

imagens simbólicas trazidas pelo sonhador.

Não é difícil encontrar na história da humanidade poetas,

pensadores, filósofos, homens de ciência, religiosos, visionários,

escritores, etc., que tenham escrito algo sobre sonhos, cuja

natureza mágica a todos eles fascinou. Nas civilizações mais

antigas, na China, na Grécia, na Índia, e mesmo na Europa, os

sonhos exerceram, e exercem, uma atração irresistível pela sua

proximidade com o maravilhoso, o espiritual, o divino. 

 Pode-se, sem sombra de dúvida, afirmar que tal encanto

pelos sonhos se deve à sua identidade com a essência mítica e

transcendente do ser humano.

Os antigos viam os sonhos sob pontos de vista diferentes.

Alguns eram céticos a ponto de os tratarem como fantasias.

Outros, sob a ótica religiosa, acreditavam tratar-se de sugestões

demoníacas. Outros acreditavam que eles vinham dos deuses que

queriam avisar sobre os destinos humanos, utilizando-os nas

práticas adivinhatórias. Outros acreditavam tratar-se de sintomas

das doenças, sendo eles avisos sobre as partes doentias, ou que

se tratavam de delírios semelhantes aos dos loucos e eram sinais

de quem estava perturbado mentalmente. Alguns, como os

pitagóricos, aceitavam a tese de que os sonhos eram estados da

alma que se emancipava entrando em contato com outros seres

no mundo não corpóreo.

Porém, o mais famoso trabalho sobre sonho vem de

Artemidoro de Éfeso, datado de cerca de 150 d.C., cujo título

era Oneirocriticon (A Interpretação dos Sonhos), onde ele

colocava a realidade do sonho como inerente ao sonhador. Ele

dizia, nos cinco volumes de sua obra, que continha a análise de

cerca de 3000 sonhos, que podem ser de cinco tipos: simbólicos,

proféticos, fantasiosos, pesadelos e visões diurnas.

Os antigos acreditavam que os sonhos estavam

relacionados com o mundo dos seres supra-humanos, com os

deuses e com os demônios. Na Grécia antiga existiam templos

dedicados à cura advinda da interpretação dos sonhos do doente.

Hipócrates (460 – 351 a.C.) já relacionava os sonhos com as

doenças. Aristóteles, filósofo estagirita grego (383 – 322 a.C.),

acreditava que os sonhos eram demoníacos, mas que também

revelavam aspectos mórbidos do corpo além de serem

fragmentos de lembranças dos fatos do dia.

Porém a efetiva entrada do estudo sobre os sonhos no

mundo científico acadêmico se deu com o também famoso

trabalho sobre o tema: A Interpretação dos Sonhos, de Sigmund

Freud (1856-1939), datado de 1900. Sem dúvida nenhuma, sua

teoria sobre os sonhos como realização (disfarçada) de desejos

inconscientes abriu um imenso leque de estudos e proposições

para os que se dedicavam ao tema. Talvez essa importância se

deva à própria teoria freudiana do inconsciente. A percepção da

existência do inconsciente como instância psíquica e como

gerador dos sonhos foi fundamental para o desenvolvimento de

sua compreensão. É do trabalho de Freud que extraímos a

maioria dos nomes e resumos das abordagens dos seguintes

autores que se dedicaram ao estudo dos sonhos:

Kant (1764) – Afirmava que “o louco é um sonhador

acordado.”;

Cabanis (1802) e Lelut (1852) – Estabeleciam um certo

parentesco entre os sonhos e as desordens mentais;

Burdach (1838) – Criticava a teoria de que o sonho era um

estado de vigília parcial. Ele dizia que o sonho é uma atividade

natural da mente e que era a vitalidade livremente operante dos

centros sensoriais;

Krauss (1861) – Ele dizia que “a loucura é um sonho que

se teve enquanto os sentidos estão despertos.”;

Griesinges (1861) – Ele afirmava que “As idéias nos sonhos

e nas psicoses apresentam em comum a característica de serem

realizações de desejos.”;

Scherner (1861) – Para ele, o material das imaginações

oníricas, além de serem estímulos somáticos orgânicos, falam por

símbolos e não por palavras. Dizia que interpretar um sonho é

atribuir-lhe um significado;

Robert (1866) – Descreve os sonhos como um processo

de excreção somático que conscientizamos quando reagimos a ele e que servem como uma válvula de escape ao cérebro

sobrecarregado. Eles curam e aliviam;

Volket (1875) – Para ele os sonhos representavam partes

do organismo de forma simbólica e apresentavam mais desprazer

e dor do que prazer;

Maury (1878) – O sonho era um estado de vigília

incompleto e parcial. Ele tinha sonhos hipermnésicos

(conhecimento superior inexistente no estado de vigília);

Binz (1878) – Os sonhos eram impressões materiais do

passado mais recente, concatenados de forma tumultuada e

irregular. Os sonhos deveriam ser categorizados como processos

somáticos e que eram, em todos os casos, inúteis e, em muitos

casos, positivamente patológicos;

Radestock (1879) – Fazia analogia entre os sonhos e a

loucura, seguindo uma tendência comum na Medicina de sua

época e complementava dizendo que os sonhos eram

compensatórios. Suas idéias influenciaram Freud;

Delboeuf (1885) – Para ele, o sonho era uma continuidade

da atividade psíquica;

Haffner (1887) – Ele assinalou que ‘Em primeiro lugar, os

sonhos dão prosseguimento à vida de vigília. Nossos sonhos

regularmente se associam às idéias que tenham estado em nossa

consciência pouco antes. A observação acurada quase sempre

encontra um fio que liga um sonho às experiências do dia

anterior.’;

Eduard von Hartmann (1890) – Para ele, em quem Jung se

baseou no estudo do inconsciente, os sonhos eram contrariedades

da vida de vigília transportadas para o estado de sono;

Yves Delage (1891) – Os conteúdos dos sonhos, segundo

ele, eram fragmentos e resíduos dos dias precedentes e de épocas

anteriores. Resultavam da reprodução não reconhecida de

material já experimentado. A energia psíquica armazenada durante o dia, mediante inibição e supressão, tornava-se a força

motriz dos sonhos à noite. O material psíquico que tinha sido

suprimido vinha à luz nos sonhos;

Herbart (1892) – Ele considerava que o sonho era um

despertar gradual, parcial e, ao mesmo tempo, altamente anormal;

Florence Hallam e Sarah Weed (1896) – Realizaram

estatísticas com seus próprios sonhos, chegando à conclusão de

que eles eram mais desprazerosos que prazerosos;

Freud deu continuidade aos estudos sobre sonhos trazendo

efetivamente algo novo, sobretudo à compreensão da natureza

essencial dos sonhos. Suas teorias ainda hoje são objeto de

estudos e utilizadas na prática clínica. Muitos estudos que foram

feitos posteriormente a ele tentaram desfazer suas teorias, com

relativo sucesso, porém não foram suficientes para impedir sua

utilização, nem apagar o brilho de seu pioneirismo na ciência

psíquica.

Sobre os estudos de Jung a respeito dos sonhos em sua

atividade clínica, poderemos melhor avaliar seu pensamento num

capítulo à parte. Mas podemos afirmar que sua contribuição foi

fundamental para o desenvolvimento da própria Psicologia e do

entendimento do significado dos sonhos, sobretudo do simbolismo

que lhe é característico.

Os estudos com rigor científico se tornaram mais freqüentes

a partir dos trabalhos de Aserinsky e Kleitman, de 1953, que

conseguiram estabelecer parâmetros de detecção do momento do

sonho. Esse achado tornou o sonho um objeto científico

importante para os estudos sobre o sono.

Podemos distinguir também determinadas idéias e seus

autores em épocas distintas: Hipócrates, considerando que os

sonhos refletem problemas patológicos do organismo; o

Espiritismo, afirmando que os sonhos são produtos das atividades

do espírito durante o sono; Freud, assinalando que os sonhos são realizações de desejos reprimidos; Jung, estabelecendo que os

sonhos são manifestações simbólicas do inconsciente; Ouspensky,

colocando que os sonhos são produtos dos movimentos

corporais; e, por fim, Kleitman, mostrando que os sonhos são

produtos de atividades cerebrais. Nem sempre as afirmações de

cada um deles se baseou nas hipóteses anteriores, mas, não se

pode negar que, no seu conjunto, elas formam a base da história

dos estudos sobre os sonhos. Isoladas, essas idéias se mostram

incompletas para a percepção global dos sonhos e de seu real

significado.

Ainda estamos longe de alcançar uma precisão maior sobre

o sentido dos sonhos e seus significados, pois, em face de sua

natureza, eles ainda são pouco estudados e, quando isso ocorre,

muitos autores sustentam-se em teorias cuja comprovação

científica se torna difícil. Em ciência é fundamental teorizar, porém

preconceber dogmaticamente torna-se um crime contra o bom

senso coletivo. 

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